quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Expectativa X Frustração

Quarta-feira, que é o dia em que tenho terapia, normalmente vou pensando no caminho no que vou dizer, como vou dizer, o que será que vou ouvir. Obviamente nunca sai como o esperado e a conversa flui para outro caminho que eu nem supunha.

Curiosamente, foi um dos assuntos conversados hoje. Assim como eu, muita gente costuma ficar imaginando o que vai acontecer no futuro. Existem pessoas que inclusive fazem listinhas do que devem fazer durante o dia. Até pode ajudar a otimizar o tempo, mas pensar demais no que vem a seguir serve mais pra bagunçar a cabeça da gente do que pra qualquer outra coisa.

Eu explico. Quando alguma coisa está por acontecer, é normal que a gente fique tentando adivinhar como vai ser. Uma mãe que espera um bebê imagina como vai ser seu rosto, seu choro, seu sorriso. Um viajante se ocupa em pensar que paisagens vai ver, como vão ser as pessoas em seu destino. Isso tem a ver com sonhar.
O problema - e eu admito, um dos meus - é quando queremos que tudo saia timtim por timtim do jeito que imaginamos. É frustração na certa. Deve ser por isso que não costumo gostar de filmes feitos a partir de livros que li. Nunca ficam do mesmo jeito que estava desenhado na minha mente. Me sinto, de certa forma, enganada - "não era assim a cara do personagem principal. Não era assim a casa onde eles moravam - costumo pensar.

Não que eu esteja fazendo apologia à extinção dos sonhos. Longe disso. Mas, durante a nossa conversa, veio a frase que me fez pensar pelo resto da tarde "o tamanho da frustração é proporcional ao da expectativa". E não é que é verdade? Costumo querer encaixar tudo como pecinhas de quebra-cabeça e pensar que, se eu sair de casa tal hora, pegar tal condução, vou chegar lá em tantos minutos e então direi isso, isso e aquilo e o resultado vai ser esse. Que pretenção a minha! Posso afirmar com certeza que nunca nada saiu exatamente do jeito que eu planejei.


E, sentada ali na poltrona, na frente da minha psicóloga, eu disse "seria tão melhor se tivesse um livro que dissesse direitinho como as coisas vão acontecer no futuro". E ela, de olhos arregalados, me perguntou "Mas por que???" Sabem que ela tem razão? Que graça tem a vida se a gente não leva uns tropeços?


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