Sobre ter irmãos

Hoje eu estava lendo uma matéria sobre a escolha de muitas famílias em terem apenas um filho em função de tempo, dinheiro e tantos outros aspectos que pesam na hora de compor uma família. Sei que nem todos podem ter uma família grande, e acho uma pena.

Sou suspeita para falar sobre o tema, porque cresci cercada de irmãs. Já fui caçula, sou mais velha, sou mais nova, enfim, sou, como dizem, "o presunto do sanduíche". Irmã mais velha é meio mãe, irmã mais nova é meio filha. E tenho a sorte de poder experimentar as duas sensações.Por isso, minha opinião sobre o tema é um tanto influenciada por tudo o que vivi. Mas creio que irmãos sejam presentes da vida, de Deus (se ele existe), do destino ou seja lá do que for.

Quem tem irmãos sabe do que eu falo.Quando a gente é criança, logo aprende uma das maiores virtudes da vida com eles: dividir. Ter irmão significa saber desde cedo dividir o que for: sorvete, quarto, colo de mãe, segredos e ringue de boxe. Sim, porque irmãos muitas vezes se esbofeteiam, todos sabem: "não aguento mais essa pirralha", "tira esse guri daqui", "tu que é", "ela que começou".

Lá em casa somos  4 filhas. Penso sempre com carinho na loucura que são quatro irmãs falando ao mesmo tempo, mas sempre quis que fôssemos mais. Hoje, estamos todas crescidinhas e sei que o sentimento cresce junto. Quando falo que irmãos são presentes da vida, é porque quem os têm nunca está sozinho. A gente vai pra escola, pra faculdade, pro trabalho, faz amigos, têm colegas, arranja namorados e todas essas relações nos proporcionam companhias diferentes. Mas nenhuma é tão especial quanto a daquela pessoa que parece contigo, com quem trocam o teu nome, que tu conhece só de olhar e quem, nos dias mais tristes, quando finalmente os pais se forem, vão estar lá no mesmo barco.

Seja nos puxões de cabelo ou nas confissões no escuro antes de pegar no sono, ter irmãos é uma daquelas coisas que, me perdoem os filhos únicos, só quem tem sabe como é bom!